quarta-feira, 28 de abril de 2010

Tinteiro

Hoje esgotei uma caneta.
Nunca me ocorreu antes.

Eu sempre dei vida a elas,
rabiscando o papel mais próximo
até que suas tintas lúgubres
viessem à tona.
Como um jorro poderoso de lava.

Mas hoje
Matei uma caneta.
Foi como se tivesse matado a mim mesmo,
E o fiz.

4 comentários:

  1. Acabou a vida de uma caneta? Duvido você matar um lápis! Ele vai padecendo aos poucos na suas mãos até ao ponto em que elas não podem mais segurá-los. Sem fala que às vezes o assassinato é feito com facas e estiletes...
    Na ponta oposta do sentir, eu ficou feliz quando acabou uma caneta. Alegra-me saber que ela não falhou antes de chegarmos ao fim.

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